A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Braga, procedeu, ontem, ao cumprimento de dois mandados de detenção fora de flagrante delito, detendo um homem e uma mulher fortemente indiciados pela prática dos crimes de burla qualificada e branqueamento de capitais. A operação policial, designada de “Double Click”, decorreu nas localidades de Santiago do Cacém, Bombarral e Columbeira.
Os suspeitos são responsáveis pela divulgação de falsos anúncios de venda de maquinaria pesada e de falsos arrendamentos, nomeadamente para alojamentos de férias, na zona do Gerês, recorrendo a diversos esquemas fraudulentos, através da internet.
Nesse contexto, procuravam obter vantagem a partir da anonimização e da ocultação de identidade proporcionadas pelos meios digitais.
Através destes esquemas, terão obtido ilicitamente vários milhares de euros.
A investigação permitiu apurar que ambos os detidos são reincidentes, encontrando-se associados a diversos processos-crime pendentes por factos de natureza semelhante, tendo, inclusive, já tendo sido condenados a penas de prisão efetiva pela prática da mesma categoria de ilícitos. Apesar de tais condenações, persistiram no desenvolvimento da sua atividade criminosa, recorrendo a novos expedientes tecnológicos e a uma crescente sofisticação dos métodos utilizados.
Da análise ao respetivo modus operandi e modus vivendi, verificou-se uma postura reiteradamente evasiva, marcada pela não comparência a diligências processuais e pela ocultação sistemática do seu paradeiro, evidenciando um claro desrespeito pela administração da justiça e um absoluto sentimento de impunidade.
No âmbito da investigação, iniciada há cerca de um ano, foram realizadas três buscas domiciliárias e quatro buscas não domiciliárias, em diferentes pontos do país, tendo sido apreendidos diversos materiais, documentos e equipamentos informáticos utilizados na prática dos crimes.
No decorrer da ação foi ainda recuperada, na posse de um dos suspeitos, uma viatura automóvel que se encontrava sinalizada para apreensão no âmbito de um outro inquérito, por não ter sido devolvida no prazo contratual de aluguer, estando o possuidor igualmente indiciado pelo crime de abuso de confiança.
Os detidos, com idades entre 43 e 52 anos, viviam como um casal e não exerciam qualquer atividade profissional conhecida, subsistindo através da prática reiterada de burlas desde, pelo menos, 2023.
Os detidos serão entretanto presentes a primeiro interrogatório judicial para efeitos de interrogatório judicial e sujeição a adequadas medidas de coação.
A investigação prosseguirá os seus termos, com vista ao completo esclarecimento dos factos e à identificação de todas as vítimas, num inquérito dirigido pelo Ministério Público de Vieira do Minho.
