Operação internacional desmantela rede de branqueamento de fundos provenientes do cibercrime organizado internacional

Direção Nacional

A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica – UNC3T, em articulação com o Ministério Público da 3.ª Secção do DIAP de Cascais, dá a conhecer que, no decurso do ano de 2022 e inícios do ano de 2023, participou ativamente numa operação policial internacional que permitiu desmantelar uma estrutura criminosa que se dedicava ao branqueamento de capitais.

O modus operandi conhecido por CEO ou BEC Fraud consistia na intromissão dos sistemas informáticos das vítimas induzindo-as, sob engano, a transferirem avultadas quantias monetárias para contas bancárias abertas em Portugal, em nome de empresas fictícias, algumas constituídas com recurso a documentação falsa.

A investigação portuguesa permitiu apurar que o grupo, composto por vários indivíduos, constituiu em Portugal 4 empresas, abriu 17 constas bancárias em diferentes Instituições de Crédito, e foram utilizadas três identidades falsas.

As vítimas eram empresas e pessoas singulares com domicílio em França.

Esta organização era composta por cidadãos de nacionalidade estrangeira, e foi responsável pelo branqueamento de mais de 38 milhões de euros, dos quais, cerca de seis milhões passaram por Portugal.

Sob proposta da Polícia Judiciária foram emitidos mandados de busca e de detenção para território francês.

A operação policial realizada em França foi dirigida pela Direction Régionale de Police Judiciaire de Paris (Direction régionale de la police judiciaire de la préfecture de police de Paris) e a Gendarmerie Nationale de Reins, sob coordenação da Europol, e contou com a participação ativa da Polícia Judiciária, que fez deslocar àquele país operacionais para colaborar na operação.

A operação internacional contou ainda com a colaboração da Policía Nacional de Espanha, da Polícia de Israel, da Croácia e da República Democrática Húngara.

A operação foi desenvolvida em duas fases, a primeira em meados do ano de 2022 e a segunda no início do ano de 2023, tendo sido cumpridos vários mandados de busca e de detenção, dos quais dois Mandados de Busca domiciliária e dois Mandados de Detenção Europeu foram emitidos pela autoridade judiciária portuguesa.

Na investigação portuguesa foram apreendidos, até à data, em Portugal, cerca de €3.000.000,00, bem como, diversos equipamentos informáticos e de telecomunicações.

 

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