Direção Nacional

Numa conferência de imprensa no Complexo Policial de Canillas, em Madrid, o Corpo Nacional de Policía de Espanha (CNP), com a presença da Polícia Judiciária Portuguesa (PJ), anunciou o desmantelamento do maior laboratório clandestino, de produção de cocaína, alguma vez detetado na Europa.

A comunicação visou, por um lado, dar a conhecer os resultados da operação “Mourente”, desencadeada em finais de março do ano corrente e, por outro lado, realçar as vantagens da cooperação policial internacional, em matéria de investigação criminal, que possibilitou que as polícias de Portugal e Espanha, mas também da Colômbia, cooperassem no desmantelamento de relevante organização criminosa, dedicada ao narcotráfico.

Desde o ano passado que a Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, vinha trocando informações e trabalhando em parceria com a unidade antidroga da Policia Nacional de Espanha, assim que houve conhecimento que as investigações que desenvolviam visavam o mesmo grupo criminoso.

Um grupo de indivíduos de nacionalidade espanhola, recorreu a uma empresa portuguesa, para proceder à importação de uma máquina trituradora de pedra, proveniente da Colômbia e destinada ao país vizinho.

A importação ocorreu através de Portugal e a PJ, com a colaboração dos Serviços Alfandegários de Aduaneiros da Autoridade Tributária, monitorizou todo o processo, bem como a vinda de alguns dos suspeitos a território nacional.

A trituradora de pedra haveria de ser transportada para um armazém situado na zona de Pontevedra, para ser desmontada e sujeita, ao longo de vários dias, a um difícil processo de extração da pasta de coca (“pasta base”) que acondicionava.

De forma parcelada, o produto começou a ser levado dali, para um laboratório clandestino, criado pela organização criminosa, numa zona isolada, a alguns quilómetros de distância, numa moradia situada no meio de um bosque. Nesta habitação, a pasta era sujeita a processo químico, por forma a ser transformada em cocaína (cloridrato). Depois de embalados e etiquetados, os blocos de cocaína estavam prontos a ser transportados para distribuição.

O primeiro destes transportes foi, também ele, controlado pelas autoridades, o que possibilitou a apreensão uma carrinha com cerca de 100 kg de cocaína, já nas imediações de Madrid.

Na sequência desta apreensão, foi desencadeada a chamada operação “Mourente” que visou a realização de diversas buscas e apreensões, em várias regiões da Espanha continental e insular e que envolveu a participação de um elevado número de operacionais, entre os quais elementos da PJ portuguesa.

No âmbito desta operação, as autoridades detetaram, em plena laboração, aquele que, até ao momento, é considerado o maior laboratório de transformação de pasta base em cocaína, alguma vez encontrado na Europa, com capacidade para produzir cerca de 200 Kg diários daquela substância ilícita.

Para além disso, foi possível capturar todo o estupefaciente que havia sido transportado na máquina trituradora, ao serem apreendidos cerca de 1300 kg de pasta de coca e 151 kg de cloridrato de cocaína, bem como precursores, vários veículos e quatro toneladas de produtos químicos, altamente prejudiciais ao ambiente. As autoridades procederam ainda ao arresto de vários imóveis e produtos financeiros de elevado valor.

Foram detidas 18 pessoas, entre colombianos, mexicanos e espanhóis, sendo-lhes aplicada a todos eles a medida de coação de prisão preventiva.

 

Comunicado de imprensa da Policía Nacional

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