RECUPERAÇÃO DO BRASÃO DA FONTE DAS BICAS

A Directoria de Lisboa localizou e recuperou” na semana passada” o Brasão da Fonte das Bicas” importante peça do património cultural da vila de Mourão” que tinha sido furtado por desconhecidos no passado dia 11 de Maio de 2000. Trata-se de um brasão em pedra mármore” com escudo” coroa e armas portuguesas” datado do século XVII (período da Restauração)” com um valor histórico e cultural incalculável. Após exaustivas diligências de investigação” a Polícia Judiciária conseguiu identificar e reconstituir o rasto do Brasão da Fonte das Bicas” nos habituais circuitos de tráfico nacional e transnacional de obras de arte e bens culturais” localizando-o num antiquário do Sul de Espanha. Com a colaboração da “Guardia Civil” espanhola” inspectores da Polícia Judiciária procederam à recuperação e transporte para Portugal do precioso objecto que foi já entregue ao Presidente da Câmara Municipal de Mourão. Foram também recuperadas em Espanha e devolvidas aos legítimos proprietários duas travessas de porcelana “Companhia das Índias”” que tinham sido furtadas de um quinta em Sesimbra. Estes êxitos estão ainda relacionados com a investigação dos assaltos a quintas e solares que ocorreram de 1999 a 2001″ tendo a Directoria de Lisboa procedido em 2001″ ao total desmantelamento de uma perigosa e activa organização criminosa responsável por mais de 80 assaltos” consumados no Ribatejo” Alentejo e Litoral Oeste. Nesta investigação” 63 indivíduos foram constituídos arguidos” 9 dos quais foram detidos” tendo sido ainda apreendidas 5 viaturas e armamento diverso. Até ao presente momento” foi possível recuperar” na Grande Lisboa” no Alentejo e no estrangeiro mais de 1.500 peças de obras de arte e antiguidades” incluindo arte sacra” constituídas essencialmente por peças de mobiliário antigo” pintura e escultura” talha” porcelana” faiança” prata e marfim” tudo num valor estimado em mais de 1 milhão de euros. Estes bens culturais foram introduzidos nos circuitos nacionais e internacionais do tráfico ilícito de obras de arte e têm vindo a ser apreendidos pela PJ junto de coleccionadores particulares” comerciantes e antiquários” muitos dos quais” foram constituídos arguidos na sequência das apreensões. A Polícia Judiciária” especialmente empenhada na localização e recuperação dos bens furtados” continua a desenvolver esforços” quer internamente” quer no âmbito da cooperação internacional” com várias policias congéneres. Lisboa” 11 de Março de 2002

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