A Secção de Investigação Anti-Corrupção (SIAC)” da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF)” concluiu uma complexa investigação sobre a actividade desenvolvida por um agente funerário” com actividade na zona da Grande Lisboa” em estreita colaboração com seis funcionários públicos.Os referidos funcionários acediam e transmitiam ao agente funerário a identificação e endereço de pessoas recém-falecidas” permitindo-lhe que” a partir daí” contactasse os respectivos familiares” com vista à realização dos serviços fúnebres.Caso o “negócio fúnebre” fosse angariado” como contrapartida da informação prestada” o funerário desembolsava quantias na ordem dos 30.000$00.Mediante artifícios fraudulentos” habilidades e estratagemas vários” manobrava então” junto dos familiares” no sentido de angariar os serviços funerários a seu favor. Para tanto” como forma de não atrair a atenção para a sua conduta ilícita” o agente funerário começava por se fazer passar por funcionário de estabelecimento de saúde” funcionário judicial ou elemento de força de segurança” insistindo na necessidade de indicar” com muita urgência” a agência funerária que se ocuparia do corpo.Dado que não desligava o telefone” quando a família procurava contactar uma agência funerária” o arguido” por vezes disfarçando a voz” induzia os interlocutores em erro” fazendo-os acreditar que a funerária que pretendiam contactar não dispunha de condições para levar a cabo o funeral” apresentando” então” a sua como “filial”” ou solução alternativa” em condições de o fazer. Nos casos em que a família já havia contactado outros agentes funerários” ora declarava às famílias” fazendo-se passar por empregado da empresa contactada” que não havia condições para realizar o féretro” ora declarava às agências” fazendo-se passar por familiar” prescindir dos serviços acordados ou em vias de acordo.Lisboa” 12 de Junho de 2001 |