A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Cibercriminalidade e Criminalidade Tecnológica, deteve, no concelho de Sintra, um cidadão estrangeiro, de 27 anos, fortemente indiciado da prática dos crimes burla qualificada, burla informática e nas comunicações, falsidade informática e acesso ilegítimo, que terá sido recrutado e treinado por uma estrutura criminosa, sediada no estrangeiro, dedicada ao cometimento de fraudes relacionadas com falsas plataformas de investimento em criptomoedas.
Embora o suspeito resida Portugal, continua a manter ligações a estruturas que operam internacionalmente de forma modal e multifacetada, orientadas para a criação e gestão de plataformas fictícias de investimento, identificação e exploração de vulnerabilidades em potenciais investidores, e implementação de mecanismos de ocultação de fundos, causando avultados prejuízos financeiros a inúmeras vítimas em diferentes geografias.
Na sequência de uma busca domiciliária, foram apreendidos diversos dispositivos informáticos e recolhido um vasto acervo documental e digital, demonstrativo da atividade ilícita praticada pelo suspeito.
Presente a primeiro interrogatório judicial, foi-lhe aplicada a medida de coação de apresentações periódicas, apreensão de passaporte e restrição de acesso a plataformas informáticas.
O inquérito é dirigido pela Procuradoria do Juízo de Competência Genérica de Ponte de Sôr.
A Polícia Judiciária aconselha:
• Se pretende investir no mercado de criptomoedas, procure primeiro informar-se junto de fontes oficiais, nomeadamente a CMVM e o Banco de Portugal;
• As oportunidades de investimento que surgem nas redes sociais devem ser verificadas junto das entidades oficiais;
• Não se deixe iludir por promessas de rentabilidade garantida e imediata. Neste mercado isso não existe;
• Desconfie de contactos diretos e insistentes, caso tenha acabado de registar-se nalguma plataforma de investimento que soube através das redes sociais;
• Não permita a instalação de programas de acesso remoto no seu computador ou telemóvel;
• Não permita o acesso direto às suas contas por terceiros. Ninguém vai ajudá-lo a realizar dinheiro;
• Se nunca fez ou não tem experiência com aplicações financeiras, não se aventure em oportunidades que surgem em anúncios ou notícias na Internet.