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Pseudo rapto e violação no Laranjeiro

Pseudo rapto e violação no Laranjeiro

No passado dia 17 do corrente” foi tornado público pela Comunicação Social” inclusive através de entrevista concedida a uma cadeia de Televisão pelo representante da GNR local” o relato de um rapto seguido de sucessivas violações” que teria tido lugar no Laranjeiro” tendo por vítima uma mulher com 21 anos de idade.Efectivamente e segundo foi dito na altura” e que veio reproduzido nos “media”” a jovem teria saído de casa para despejar o lixo e comprar um maço de tabaco no Centro Comercial da zona” quando” no seu regresso ao lar” teria sido manietada por dois indivíduos que lhe enfiaram um saco de pano na cabeça” a meteram numa carrinha tipo Hiace branca” e a violaram durante toda a noite” tendo a indefesa vítima contado 11 actos.O circunstancialismo descrito” a brutalidade e invulgaridade do acontecimento foram e são susceptíveis de causar grande alarmismo social e gerar um profundo sentimento de insegurança e revolta na comunidade” emoções que se traduziram” em concreto” nos sucessivos telefonemas recebidos no Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Setúbal” com competência para a investigação destes factos” efectuados por cidadãos anónimos” muitos deles afirmando-se pais de jovens raparigas” questionando sobre o desenrolar da investigação” solicitando informações sobre o “gang de violadores” do Laranjeiro e pedindo conselhos de actuação.Acontece que da investigação realizada pela P.J. resultou a total falsidade desta história” constatando-se ter sido a mesma integralmente inventada pela pretensa vítima” com o intuito de justificar” em casa e à sua família” uma noite passada fora” numa residencial da margem sul do Tejo.Com receio da reacção paterna à sua ausência nocturna” optou por orquestrar toda uma situação criminal de enorme gravidade” que terceiros” e de imediato” transmitiram à comunicação social” sem prévia confirmação da veracidade dos factos” dando azo ao surgimento do alarde social a que já se referiu.Pelo exposto” a Polícia Judiciária” através do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal” sente o dever de vir esclarecer a opinião pública sobre a realidade do sucedido” no intuito de tentar minimizar os efeitos nefastos que este tipo de ficção necessariamente provoca. 24 de Junho de 2003