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Detido homem por burlas qualificadas sucessivas

A Polícia Judiciária, através da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, identificou e deteve um homem, com 37 anos de idade, por fortes indícios da prática de vários crimes de burla qualificada.

O suspeito divulgava a falsa notícia, junto de amigos, de que conhecia pessoas responsáveis em diversas entidades, desde leiloeiras a instituições de crédito, e que, por isso, tinha conhecimento privilegiado de boas oportunidades de negócio, nomeadamente a venda, em leilão, de viaturas de alta cilindrada praticamente novas, ou de imóveis penhorados, por preços inferiores aos valores de mercado.

Para dar credibilidade ao embuste, alegava que para garantir os negócios os interessados tinham de pagar antecipadamente, em numerário e por intermédio dele, os preços dos bens.

Justificava essa forma de pagamento com o facto dos seus contatos privilegiados não poderem ser comprometidos, nem a intervenção e influência deles, na escolha do comprador, ser descoberta.

Quando os compradores, depois de lhe pagarem, começavam a estranhar a demora na entrega do bem e, na sequência disso, a questioná-lo sobre o assunto, justificava-se com a alegação de que se tratavam de atrasos normais decorrentes da própria tramitação dos negócios, protelando sempre as entregas para mais tarde, as quais, porém, nunca chegavam a ocorrer.

Perante os argumentos do autor, as vítimas mantinham-se na expetativa de que iam receber os bens que haviam comprado e adiavam a participação dos seus casos às autoridades.

A investigação, embora recente, incidiu sobre factos ocorridos desde 2017, envolvendo já mais de uma dezena de lesados, que terão entregado ao suspeito montantes que totalizam quase € 500.000 (quinhentos mil euros).

Além da detenção, a Polícia Judiciária realizou também buscas, das quais resultou a apreensão de parte do dinheiro ilicitamente recebido.

O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial, na sequência do qual lhe foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva.