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Concluídos dois anos de formação” que acrescem à formação universitária exigida para ingresso” os senhores inspectores estão” agora” aptos a desenvolver as investigações complexas atribuídas por lei à Polícia Judiciária. A vossa colocação” destinada a suprir carências que se fazem sentir na generalidade dos departamentos” procura ainda enquadrar-vos em equipas herdeiras de uma cultura organizacional de rigor” de isenção e de elevada proficiência técnica. O reforço e o rejuvenescimento das brigadas” que daí resultará” permitirão uma maior operacionalidade” num quadro de respeito mútuo e de entreajuda que caracteriza o trabalho de investigação da PJ. Espera-vos um trabalho digno” extremamente útil e aliciante” mas eivado de dificuldades. Haverá momentos em que sentirão desânimo” cansaço” incompreensão familiar ou social e um sentimento de impotência na resolução de crimes complexos. Peço-lhes que nunca se deixem desanimar” que nos momentos difíceis se lembrem que estão capacitados para superar todos os desafios e que se falharem na vossa missão” não há instância de recurso. O vosso insucesso poderá significar a impunidade de alguns criminosos” levará à prática de outros crimes e contribuirá para o desprestígio da justiça e da instituição que servem. Mas” como sabem” não queremos resultados a qualquer preço. A nossa acção é sempre balizada pelo direito” pelo absoluto respeito das regras processuais e baseado no conhecimento científico. Preocupamo-nos com a cadeia da prova” lançamos mãos das técnicas especiais de investigação” reinventamos novas metodologias de recolha” tratamento e análise” socorremo-nos da cooperação internacional e” desta forma” na vanguarda do saber e da técnica” honraremos o bom nome que nos deixaram e continuaremos credores da confiança dos cidadãos que servimos. Os senhores Inspectores que agora assumem novas funções” de pleno direito e com plena autonomia” encontram uma instituição prestigiada e apta a responder aos desafios lançados pela criminalidade grave e organizada. No entanto” para que essa capacidade perdure no futuro” face a uma criminalidade insidiosa que busca dissimulação em novas matizes” impõe-se um planeamento estratégico que” permitindo antever tendências e comportamentos desviantes” dote a organização das adequadas capacidade operativas. É nesse sentido que” com o inequívoco apoio da tutela” procuramos uma via para a resolução faseada de dissensões laborais” que lançamos os alicerces para a construção de novas instalações pensadas e concebidas para uma moderna polícia de investigação criminal” que adquirimos novas ferramentas forenses e novos equipamentos. É neste sentido” também” que sistematizamos procedimentos conducentes a boas práticas” que privilegiamos a formação permanente e a partilha de experiências. E foi na mesma linha de rumo” que lançamos novos concursos de ingresso” internos e externos e que abrimos concursos de acesso que permitirão um adequado enquadramento hierárquico e uma legítima gestão de carreiras. Será desta forma” também” que num próximo movimento” conseguiremos compaginar as necessidades do serviço com os anseios pessoais dos inspectores com menor antiguidade na carreira. Mas esta acção estrategicamente concertada” essencial ao regular funcionamento de uma das instituições de referência do nosso país” não se esgota nos apertados limites temporais de uma legislatura” nem se compadece com trangiversões conjunturais. Assenta na ideia angular da transitoriedade humana e da tendencial perenidade das instituições. Senhor Secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária Retribuiremos dando o melhor de nós próprios” honrando as nossas tradições dado que nas sábias palavras de Einestein “Além das aptidões e das qualidades herdadas” é a tradição que faz de nós aquilo que somos”.
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